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quinta-feira, 1 de maio de 2014

DEIXA O CORPO FALAR

de Valter Guerreiro

Deixa que dos abismos dos teus medos mil aves cantem
e que a vertigem inominável e vagabunda te enlouqueça
e que dos rios de lava em sangue que o mar não amansou
o teu ventre lúbrico e a tua alma insaciável se levantem
e amem como jamais alguém amou.

Abre os teus braços represos em arcos de pedra escura
e dá-os às alturas e aos abismos ínvios do desconhecido
que da luz e das trevas em voo sem rede se faz o tempo
dos que do tempo sabem que o tempo pouco dura
e vivem como se o ontem não houvesse acontecido.

Deixa que sejas o voo inigualável da pele a arder 


E desse esplendor ávido e tremendo das vísceras
deixa a vida acontecer!

Valter Guerreiro é escritor e poeta luso de Carcavelos, mas nasceu em Olhão / Portugal, é professor universitário em Ciências Sociais e Sociologia Geral e Sociologias Especiais. Atualmente Doutorando em Sociologia e Ciências Políticas.

domingo, 20 de outubro de 2013

Canto do mundo

de Rodolfo Coelho
Sentar-me aqui
num canto do mundo
dizer que a semana
foi dura, demorou a passar
a primavera veio indefinidamente
com seu cheiro de rosas
e de alecrim
as batalhas vieram debalde
as canseiras, as turras,
não sei porque motivo
abstive-me da luta
não sem antes gozar o
gozo definitivo.
Do pesar, das amarras
do cansaço, das traves
tudo que vier é lucro e
sei que é preciso respirar
a busca da manhã.

São Paulo, outubro de 2013

Rodolfo Coelho, poeta urbano, é autor de seis livros:
RuAugusta com Creme – O Lobo Mau da Rua Augusta  - Ignição – 
Táxi e Outros Poemas Inéditos – Salada Paulista - Poesia 100 Filtro

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sem nunca te ter beijado, gosto do teu beijo...

de  Vítor Viana


Gosto de ti, não sei porquê... E sei!
Sem saber como és...E sei!
Sem saber o que queres, e se algo queres...
Sem ouvir tua voz, sem saber se a tens...
Sem sentir o teu coração, sem saber o que sentes...
Gosto de ti, do teu olhar...
Gosto do teu sorriso...
Gosto dos teus filhos, sem os conhecer...
Gosto do teu corpo, sem nunca o ter tocado...
Gosto do teu cheiro, sem nunca te ter cheirado...
Sem nunca te ter beijado, gosto do teu beijo...
Sem saber porquê, gosto de ti!
Porque gosto! Sem saber porquê! Mas gosto!!!


Vítor Viana, nado no Porto, Portugal, no ano da graça de 1960, cidadão do mundo, escreve-se desde 1976 aquando iniciou as suas deambulações por diferentes países de Gaia, planeta que habita e por onde vai planando. Gestor de empresas até 2008 aposentou-se nessa data para se dedicar à actividade de livreiro antiquário vivendo da venda de livros que alguém já não queria e usufruindo da vivência que lhe proporcionam as pessoas que os ainda procuram. Tem três livros de poesia escritos mas ainda sem titulo e por editar, desconhecendo se alguma vez isso irá acontecer. Até lá continua na sua lida enquanto para isso não lhe faltarem as forças. ...