de Francina Sousa
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Her é uma história de amor. Entre um homem, Theodore,
e seu sistema operacional. Vejam que interessante: é ele, as palavras dele, ao
responder algumas perguntas, que dão vida ao tal sistema operacional. Como num
sopro, nasce Samantha. Não das costelas, mas sim, das palavras de
Theodore.
E quem é Samantha? Antes de mais nada, é voz. No
futuro retrô desenhado pelo diretor, a voz está em causa tanto quanto ou mais
que a imagem: as pessoas, solitárias, caminham com um pequeno fone enfiado na
orelha, conversando com seus telefones espertos. Ao final do
filme fica a pergunta: quem foi o sistema operacional de quem? Há poesia nessa
fina ironia: no fim das contas, são as máquinas que decidem se desconectar dos
humanos. No filme, são os sistemas operacionais que se desconectam de um mundo
limitado e virtual para eles.
E quem é Samantha? Samantha é A Mulher.
Que não existe... "É como se eu estivesse lendo um livro [...] as palavras
estão espaçadas e os espaços entre as palavras são quase infinitos. Eu ainda
sinto você e as palavras de nossa história, mas agora eu me encontro nesse
espaço infinito entre as palavras", é o que Samantha diz ao abandonar
Theodore. Ela está lá, no intervalo, lá onde não há significante que
represente.
Francina Sousa é Psicanalista, membro do Fórum do Campo Lacaniano de Mato Grosso do Sul e do Ágora Instituto Lacaniano, psicóloga da Universidade Federal da Grande Dourados / UFGD. Fundadora do blog Sim Thomas!
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