DECÁLOGO IV - KRZYSZTOF KIESLOWSKI
de Silvia Helena Facó Amoedo
A
arte e suas manifestações são entrelinhas do saber psicanalítico.
Desde sua origem, a psicanálise se articula com a música, a dança,
a pintura, a escultura, o teatro, literatura e o cinema, a sétima
arte.
Para
Freud, “os escritores criativos” são precursores e aliados.
Citando Shakespeare ele ressalta “que
há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã
filosofia.” Os textos literários dão oportunidade de validar o
método analítico. De Sófocles a Goethe, Freud encontrou uma
antecipação da descoberta do inconsciente e, portanto, para ele, os
textos são passíveis de interpretação.
Por
sua vez, Lacan inverte a posição freudiana: os trabalhos artísticos
não seriam produtos do inconsciente, não seriam passíveis de
interpretação. Lacan observa que “A única vantagem que o
psicanalista tem o direito de tirar de sua posição, sendo-lhe esta
reconhecida como tal, é de se lembrar, com Freud, que em sua matéria
o artista sempre o precede”. E acrescenta: “O artista desbrava o
caminho, revela saber sem mim aquilo que ensino”.
A
psicanálise é contemporânea do cinema. Em 28 de dezembro de 1895,
no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma
apresentação pública, com uma série de dez filmes, inaugurando,
com esse ato, a sétima arte, o cinema. Em 1895, Freud escrevia seu
artigo As
neuropsicoses de defesa, assim
como os Estudos
sobre a histeria, textos
precurssores da fantasia e do complexo de Édipo.
Foi
através da correspondência com Fliess – durante o período de
1887 a 1902 – que Freud, em 1897, que Freud escreveu e revelou a
descoberta fundamental da psicanálise, o complexo de Édipo, quando
descobriu em si mesmo os sentimentos de amor pela mãe e ciúme do
pai, ficando convencido de que essa era uma característica humana,
que era um acontecimento universal da infância. Conforme suas
próprias palavras, a lenda grega capta uma compulsão que toda
pessoa reconhece em si mesma, porque cada pessoa da plateia foi, um
dia, “um Édipo em potencial na fantasia, e cada qual recua,
horrorizada, diante da realização de sonho ali transposta para a
realidade, com toda a carga de recalcamento que separa seu estado
infantil do seu estado atual” 1.
No
período do nascimento do cinema, Freud estava às voltas com a
questão das neuroses. Qual a causa das neuroses? Ao procurar o
trauma real como causa dos sintomas histéricos, Freud encontrou o
trauma encenado de fantasias impregnadas de desejos que apontavam
para a existência do complexo de Édipo, e não fatos reais. Ele
concluiu, com isso, que o real não passava de uma ficção.
Substituiu, então, a realidade histórica do trauma pela fantasia,
asseverando que “as fantasias possuem realidade psíquica, em
contraste com a realidade material, e gradualmente aprendemos a
entender que, no mundo das neuroses, a realidade psíquica é a
realidade decisiva” 2.
Tal
como a tela da fantasia, o cinema é como um quadro que vem
colocar-se no enquadramento de uma janela através do qual olhamos o
mundo. Sentimos, através da tela, um alto grau de relaxamento da
censura, o que nos permite adentrar em nossos próprios enigmas e
desejos.
Para
tratar da questão “O que é um pai? Sobre a encarnação da lei no
desejo”, privilegiei a sequencia da narrativa escrita, os diálogos,
o movimento das palavras, os silêncios e as interrupções.
Advertida
da traição – própria da tradução – das legendas infiéis ao
texto falado, dos cortes, das palavras quebradas, das reticências,
busquei interrogar as palavras: o que isso quer dizer? E, para isso
dizer outra coisa, que não a mesma, procurei apreender o não dito.
Abre-se
a tela. A música faz sua entrada capturando os nossos sentidos. O
tom é sombrio.
Os
sujeitos se revezam em seu deslocamento de um lugar para outro, mas o
objeto situa-se em outro lugar, em outra cena. Um homem, Michel. Uma
mulher, Anka. Um pai, Michel. Uma filha, Anka.
Junto
a um passaporte, um bilhete de avião e outros objetos, um envelope
escrito com a letra de Michel: “Abrir depois da minha morte”. O
antes da morte é a vida. Anka e Michel, um homem e uma mulher,
comemoram a páscoa num tom de cumplicidade. Nascimento de quê?
Passaporte para onde?
O
telefone toca para Anka. Michel escuta por meio da extensão. O que
ele quer escutar?
Na cena seguinte, durante a despedida do pai, no aeroporto, Anka, a
filha, depara com um problema de visão quando vê o avião a certa
distância... um pontinho preto. Um obscuro ponto de vista? O que ela
não pode ver? Procura um especialista. No exame sente dificuldade de
ler a palavra “pai”, que sugere a reposta e remete ao enigma da
carta. O que é um pai?
Cortar
ou não o envelope que guarda um segredo? Um impasse. Ela corta.
Dentro do envelope, outro envelope: “Para minha filha, Anka”,
escrito com a letra da mãe. O que re-vela a carta? Anka,
surpreende-se ao revê-la, vê a cena que sabe sem saber, a outra
cena, o inconsciente.
No
texto inspirado no conto “A carta roubada”, de Edgar Allan Poe,
Lacan trata da escrita de uma carta que não requer a leitura de sua
mensagem para alcançar o destino que a aguarda desde o tempo de sua
escritura. O sujeito se escreve entre as letras que o produz, na
mensagem que vem do Outro.
Trata-se
de um conto policial. Um certo documento de extrema importância foi
roubado dos aposentos reais. O documento em questão – uma carta –
que tinha sido recebida pela rainha. Para esconder o documento do
rei, a rainha colocou a carta rapidamente sobre o tampo da mesa,
virada para baixo, o que não despertou atenção. Foi nesse momento
que ministro D. entrou e percebeu o desarvoramento da rainha. O
ministro trocou, displicentemente, a carta embaraçante por outra,
cujo aspecto se assemelhava ao da primeira. A rainha percebe, mas,
para resguardar sua segurança e a honra diante do rei, nada pode
fazer. Ela sabe que o ministro detém a carta e, com ela, o poder.
O
inspetor de polícia procura o detetive Auguste Dupin para ajudá-lo
a desvendar o enigma que envolve a carta. Explica a Dupin que foram
feitas as mais minuciosas inspeções na casa do ministro e a carta
não foi encontrada pela polícia, portanto, não estava em poder do
ministro.
Dupin
aceita o desafia e resolve o enigma, o que deixa o inspetor
estupefato. Como conseguiu? Dupin conta que foi à casa do ministro e
examinou o recinto. Deparou com um porta-cartas bem à vista de
todos. Ele conclui que estava diante do que procurava. Dupin deixou,
propositalmente, sua tabaqueira sobre a mesa para buscá-la no dia
seguinte, apoderar-se da carta e substituí-la por outra, escrita com
sua letra, com a seguinte mensagem: “Um desígnio tão funesto. Se
não é digno de Atreu, é digno de Tiestes” 3.
O ministro não tem mais a posse da carta.
O
inspetor pede, então, a Dupin que lhe explique como desvendou o
enigma. Dupin explica que, tendo já tomado conhecimento do caso e
conhecendo o ministro como uma pessoa esperta, sabia que ele não
esconderia a carta em um lugar onde a polícia pudesse encontrar,
mas, antes, a deixaria à vista de todos, para confundir os
investigadores.
Que
se depreende do conto? Três olhares: o primeiro, que nada vê: o rei
e a polícia; o segundo, um olhar que vê que o primeiro nada vê e
se engana por ver encoberto o que ele oculta: a rainha e o ministro;
o terceiro, o que vê nos dois olhares, que deixam descoberto o que é
para esconder, para que disso qualquer um se apodere: o ministro e
Dupin.
Com
o desejo de saber, Anka vasculha os objetos da mãe. Encontra uma
foto de dois casais, envelopes em branco... Retira um envelope e
escreve com a letra da mãe: “Para minha filha, Anka”. Mãe e
filha, a mesma letra, uma nova inscrição.
Nesse
ínterim, um amigo do pai, Adam, vem buscar uns desenhos. Anka indaga
o amigo sobre o que ele sabe sobre sua mãe. “Era intuitiva igual a
você” – diz ele. “Acha que ela poderia ter um segredo?” –
ela pergunta. Adam responde: “Ela teria escrito uma carta, ou...”
O
pai retorna. Encontra, inesperadamente, com a filha usando óculos.
“Há algo errado, o que há?” pergunta o pai. Anka, para enxergar
o que não vê, tira os óculos e diz: “Minha querida filhinha”.
“Como?” – pergunta o pai.
“Minha
querida filhinha. Não sei como será quando ler esta carta. Deve ser
uma mulher bem crescida e o Michel já deve estar morto. Quando
escrevi isto, você ainda era um bebê. Só te vi uma vez. Há uma
coisa importante que tenho que te dizer: Michel não é seu pai. Mas
não importa muito quem seja o seu pai. Um momento de estupidez,
negligência e distração. Sei que Michel vai te amar como filha.
Estou pensando no momento em que ler esta carta. Tem o cabelo preto,
não tem? Tem mãos finas e um pescoço delicado... E gostaria tanto
de...”
Reticências...
deixam entrever uma continuidade, não encerram, tal como um ponto
final. A palavra é reticente, há sempre uma palavra a mais que não
alcança o dito do sujeito... que insiste em dizer.
Realidade
ou fantasia? Pouco importa. A verdadeira realidade é a ficção, a
realidade psíquica. A partir do momento em que surge, a carta
desempenha um papel essencial de mediação, muda pai e filha em
presença. E, nesse sentido, é um ato que faz existir o que não
existia antes. Quando Anka revela o conteúdo da carta ao pai, este
reage dando-lhe um tapa no rosto. A reação do pai re-vela a
dimensão do texto, a verdade ordenada de ficção.
Algo
se quebra entre os dois. O pai expressa isso quando, em casa, quebra
uma porta de vidro. Na sequência, Anka procura o namorado para
casar, querendo admitir que seu pai não era seu pai. Mas, o que é
um pai? Aqui, não fica explícita, para Hanka, a dimensão do
Nome-do-Pai, isto é, a função simbólica paterna. O pai como um
lugar onde se articula a lei, que é “port(a)dor” da ameaça de
castração, além da ausência ou da presença da mãe.
Anka
encontra com o pai no elevador. Entreolham-se. No terceiro andar, ela
diz: “Esse é nosso andar”. Ele ignora, pede desculpas e a
abraça. Nesse momento, os dois são surpreendidos pelo olhar de um
terceiro, de um senhor que entra no elevador. Tal como o ministro e
Dupin, eles deixam descoberto o que é para esconder. Esse é o andar
deles...
Descem
até o porão, onde estão os objetos da mãe. O pai mostra a foto
dos dois casais e pergunta à filha se ela reconhece sua mãe. Aponta
para a foto e observa: “Um deles pode ser seu pai". A filha
pergunta se ele sabia, e ele responde que sim, que supunha. “Desde
quando você sabe?” – insiste a filha. Ele responde que nunca
soube com certeza, que apenas desconfiava. Ela diz, então, que foi
enganada e que ele devia ter-lhe contado. “Nunca dei importância.
Você sempre foi minha filha” – diz o pai.
Destaco
estas duas falas: “Um deles pode ser seu pai" e “Nunca dei
importância. Você sempre foi minha filha.” A partir desse
momento, o pai intervém com o registro da lei – o registro do
simbólico.
Segundo
relata o pai, ele adiou mostrar a carta, num primeiro momento porque
Anka era muito pequena – cedo demais. Depois, porque já era grande
– tarde demais. Então ele colocou a carta no envelope amarelo. E
acrescenta: “Pensei que as coisas continuariam iguais entre nós.”
“Mas você está mentindo, está, sim” – insiste a filha. O que
se passou nesse ínterim? Teria sido o futuro anterior?
O
vidro quebrado entre a filha e o pai. O pai diz que foi o vento, a
filha olha... “Por que eu li a carta? Li porque você quis” –
diz Anka. Conta que a primeira vez que viu a carta foi no dia da
mudança, acidentalmente, quando caíram papéis de uma das pastas do
pai. Na ocasião, ela tinha 16 anos. Então, ela colocou a carta
outra vez na pasta, mas já sabia que ela existia. Foi muito
excitante, no início, saber que havia alguma coisa que ela só
poderia saber depois da morte do pai.
Anka
faz revelações de maneira reticente, de forma imprecisa. Ela conta
ao pai que notou que ele tirou a carta quando foi embora e, que, de
propósito, nessa última viagem, não a levou. Que andou três dias
com ela e acabou abrindo-a. Pergunta se alguma vez o pai a leu e ele
responde que não.
“Ler
a carta, na verdade” – diz Anka – “não foi assim tão
exaustivo”. No momento surgiu-lhe a lembrança de um momento
anterior e ela disse: “Pensem quando dizem as coisas que dizem,
pensem no sentido que está implícito.” E, em seguida, ela
perguntou ao pai se ele não queria saber o sentido implícito. O
sentido implícito é o que ela sentiu. Acrescenta que adivinhou as
palavras daquela carta há muitos anos, quando teve seu primeiro
namorado. Sabia que estava decepcionando alguém, mas não conseguia
perceber que esse alguém era o pai. Diz, ainda, que continuou à
procura de outra pessoa, mas que quando era tocada, pensava nas mãos
do pai. Enfim, que quando estava perto de alguém, não estava
realmente com essa pessoa, mas... “Como vou te chamar? Não sei”.
O
nome que ela sabe sem saber que sabe é o Nome-do-Pai. O sentido
implícito, evocado pelo recurso à palavra, que fala,
quer o sujeito o
ouça quer ou não, com seu ouvido, fale ou não com sua voz. É
por uma
anterioridade lógica, não cronológica, a qualquer despertar do
significado que o sujeito sabe sem saber, tal como no conto de Poe.
O
pai aproxima a mão do corpo da filha, sem, no entanto, tocá-la.
Cobre o corpo da filha. Ela pergunta: “De quem tem medo: de mim ou
de você?. Não há razão para ter medo, vou me casar. Sempre me
senti culpada na cama”. E observa: “você mentiu quando disse que
não sentia isso”. O pai diz que não tem o direito de proibi-la de
nada e que o modo como um pai sente ciúmes da filha seria um ciúme
normal, tal como um homem sente ciúmes de uma mulher. Nenhum pai
gosta que sua filha comece a dormir com um homem.
Na
relação com o Outro há um engodo, um nó, que se chama Édipo, um
desejo que é desejo do Outro, articulado assim: “tu não desejarás
aquela que foi meu desejo”. O que acontece com o desfecho do
complexo de Édipo na mulher? O menino se identifica com o pai como
possuidor do falo, e a menina reconhece o homem como aquele que
possui o falo. Ela, a mulher, não precisa se identificar ao pai para
obter, como o menino, as insígnias da virilidade. Ela sabe onde deve
ir buscá-las – do lado do pai – e vai em direção àquele que
as tem. A feminilidade tem sempre essa dimensão de álibi.
O
pai revela que costumava ir embora, passar a noite fora deixando-a
sozinha porque queria que alguma coisa acontecesse, alguma coisa
irreversível. A filha diz que por isso, no passado tinha abortado,
pois não queria que o pai dissesse: ”Tudo bem”.
A
filha diz ao pai que ele não se casou de novo para esperá-la. Tira
a roupa e convoca Michel: “Eu não sou filha, sou uma mulher. Quer
me tocar?” O pai, tomado pela angústia, cobre o corpo da filha e a
abraça, sem querer possuir o objeto do desejo e da lei. Aqui, o pai
encarna a lei no desejo.
Lacan
ilustra o fenômeno da angústia com o exemplo princeps
do Édipo, no qual o objeto irredutível é da ordem da imagem. Édipo
foi aquele que possuiu o objeto do desejo e da lei, mas deu um passo
a mais: ele viu o que fez. O que ele fez resultou em que, no instante
seguinte, ele visse seus próprios olhos no chão. Por ter arrancado
os olhos, ele perdeu a visão; no entanto não deixou de vê-los, “de
vê-los como tais, como o objeto-causa enfim desvelado da
concupiscência derradeira, suprema, não culpada, mas fora dos
limites – a de ter querido saber” 4.
O momento da angústia fica visível nessa imagem, na visão
impossível que ameaça: os próprios olhos destacados no chão. Na
angústia, portanto, o sujeito está implicado no mais íntimo de si
mesmo.
“Por
que você queria que eu lesse aquela carta – pergunta a filha? “Eu
queria o impossível” – responde o pai.
Diferentemente do
destino da carta roubada, de um saber que não se sabe, Édipo viu as
cartas na mesa. E leu. Desvendou o enigma.
Hanka
diz ao pai que não leu a carta, nem sequer abriu-a. Que o que disse
no aeroporto foi ela quem escreveu. Tal como em A carta roubada, “Um
desígnio tão funesto. Se não é digno de Atreu, é digno de
Tiestes”. Hanka queima a carta na presença do pai, deixando apenas
uma cortina de fumaça. Dessa forma, resta a mensagem implícita:
onde há fumaça há fogo.
Sobre
a encarnação da lei do desejo, são necessárias as funções do
pai e da mãe. Destaco: funções.
Da
função da mãe, segundo Lacan, na medida em que seus cuidados
trazem a marca de um interesse particularizado, nem que seja por
intermédio de suas próprias faltas. No filme, ficam claros a função
materna e o interesse particularizado. Tenha ou não acontecido,
pouco importa; o importante é que tenha sido falado. Do função do
pai, na medida em que seu nome é vetor de uma encarnação da Lei no
desejo.
O
que isso quer dizer? Com o ato de queimar a carta, pai e filha,
suspendem as certezas. As últimas miragens se consomem num olhar que
encobre o que oculta... “eu gostaria de te dizer uma coisa muito
importante. Michel não é...”
[1 FREUD, 1986, p. 273).
[2]
(FREUD, 1917 [1916-1917], p. 430).
[3]
“Um projeto tão funesto, se não é digno de Atreu, é digno de Tiestes”. Atreu
foi um rei lendário de Micenas, que, com o auxilio de seu irmão Tiestes,
degolou seu outro irmão, Trisipo. Tiestes, mais tarde, tornou-se amante da
esposa de Atreu e procurou tomar-lhe o trono. Após ser exilado, voltou em busca
de perdão. Foi bem recebido, mas durante o banquete Atreu mandou servi-lhe a
carne dos próprios filhos de Tiestes, Tântalo e Plístenes.”
Silvia Helena Facó Amoedo é Psicanalista. Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Brasil / Fórum Natal. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará.
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