“Trata-se sempre de uma relação com o furo, com o vazio no Outro, que o artista, o louco, a mulher e o analisando em fim de percurso- cada um a sua maneira- podem encontrar e da qual podem dar testemunho”. (Alain, Didier-Weill).
O furo no saber se faz presente na dança. Há uma dimensão de finitude constante no ato do dançar.
Para
esse resto inominável do fim, para um luto simbolizado e seu resto
inaudito, danço. Passo. Passo do olhar que reconhece para o
olhar que ouve. Encontro o vazio do Outro.
Des-ser.
A dança mixx foi criada a partir do fim de minha análise. Dança
das mixxturas, das alienações e separações. Dança da relação
com o som.
Os
tempos de ver- tempo de angústia
Tempo
de compreender- tempo de oscilações. A queda.
Quando
concluir? Tempos de furo no saber. Há que inventar! Há um resto
inominável na qual a dança encontra seu ponto mais iluminado.
Valida o des-ser, possibilita a queda e aponta a passagem.
Do
conhecimento paranoico ao desconhecimento do outro. Passagem da
satisfação pulsional escópica ao corte na carne. Chegando até
onde posso ir.
Ao
meu fim de análise, me autorizo a dançar e a ouvir o som!!! Tin
tin.
DANÇA MIXX
Liz Guimarães Vasconcelos
Liz Guimarães
Vasconcelos é psicanalista, professora,
coreógrafa, dançarina, psicóloga. Criadora da DANÇA MIXX. Estuda
a organicidade do movimento, a relação dança- som e a constituição
da imagem corporal e suas relações com o psiquismo. Fundadora
do blog http://dancamixx.blogspot.com.br/
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