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domingo, 20 de outubro de 2013

Canto do mundo

de Rodolfo Coelho
Sentar-me aqui
num canto do mundo
dizer que a semana
foi dura, demorou a passar
a primavera veio indefinidamente
com seu cheiro de rosas
e de alecrim
as batalhas vieram debalde
as canseiras, as turras,
não sei porque motivo
abstive-me da luta
não sem antes gozar o
gozo definitivo.
Do pesar, das amarras
do cansaço, das traves
tudo que vier é lucro e
sei que é preciso respirar
a busca da manhã.

São Paulo, outubro de 2013

Rodolfo Coelho, poeta urbano, é autor de seis livros:
RuAugusta com Creme – O Lobo Mau da Rua Augusta  - Ignição – 
Táxi e Outros Poemas Inéditos – Salada Paulista - Poesia 100 Filtro

domingo, 28 de julho de 2013

Manifestações

de Rodolfo Coelho


Sexta Feira de todas manifestações
mamãe eu quero pão
papai eu quero saúde
titio eu quero segurança
a rua está aberta
vinde todos manifestar
andai, andai, andai
gritai

Alô polícia eu quero ordem
na rua
Avenida Paulista, Praça da Sé
Páteo do Colégio, Anhangabaú
todos vigiai, o facebook

Palavras de ordem, gás mostarda
cães fila, guardas armados
a barricada, salva bandeira,
a passeata está nas ruas
reivindicando o quê?

o povo quer mudança,
o povo quer ou não quer?
mobilização, meu Deus
aonde deixei meus sais?

Rodolfo Coelho, poeta urbano, é autor de seis livros:
RuAugusta com Creme – O Lobo Mau da Rua Augusta  - Ignição – 
Táxi e Outros Poemas Inéditos – Salada Paulista - Poesia 100 Filtro

quarta-feira, 20 de março de 2013

Já findou o verão

de Rodolfo Coelho
Já findou o verão
nossos sonhos estão
indo com as águas de março
o que fazer, o que não ser
o que virá, promessas
desejos, desvãos
anotações de um diário feliz
subindo a rua o arroio
merecendo um viva!
Bem vista a manhã
saudades do nada
amanhecer contando vitórias
renascer a cada tensão do
dia-a-dia
alvorecer a aurora
entardecer de um novo dia
comemorar o sol nascer

Rodolfo Coelho, poeta urbano, é autor de seis livros:
RuAugusta com Creme – O Lobo Mau da Rua Augusta  - Ignição – 
Táxi e Outros Poemas Inéditos – Salada Paulista - Poesia 100 Filtro

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Dama da Lotação

por Rodolfo Coelho


Uma visão mais concreta do poeta urbano.

Solange...
Solange começou a trair Carlinhos quando pegou a carteira de cigarros e
fumou um "Parliament".
Tragada lenta e demorada. Depois pegou um Copacabana-Pavuna
e deu pra toda Rio de Janeiro, até o sogro comeu.
O marido, a besta do Carlinhos se enterrou em vida num apê em Cosme Velho. E o Caetano repetindo: “Eu não sou cachorro não, a gente não sabe onde põe o desejo...”
Solange foi ao psicanalista por indicação do Assunção, que também comeu, mas não adiantou picas, ou muito pouco.
Mesmo com o marido enterrado em casa, Sônia Braga transa com Paulo Vilaça em pleno Arpoador. E não juntou gente. As cenas iniciais com ônibus são bacanas. É o prenúncio da loucura que só Nelson Rodrigues sabe mostar.
E não é por acaso que é numa garagem de ônibus que Solange tem um pesadelo. Lotação no Rio é ônibus em São Paulo?
E trocador é cobrador?

Rodolfo Coelho, poeta urbano, é autor de seis livros:
RuAugusta com Creme – O Lobo Mau da Rua Augusta – Táxi e Outros Poemas Inéditos –
Salada Paulista - Ignição – Poesia 100 Filtro